quarta-feira, 2 de abril de 2014

Avaliação

Reflexão individual

Após o término do curso MOOC Inclusão e Acesso às Tecnologias 2014, é tempo de refletir sobre o mesmo, analisando o contributo pessoal e profissional que este me trouxe.
Antes da realização deste curso, reconheço que a utilização que fazia das TIC se limitava à exploração das ferramentas disponibilizadas pelo Microsoft Office, a exploração de software educativo na Internet ou de CDs educativos de suporte e reforço das competências académicas.
Sentia, já há algum tempo, uma grande falta de formação na área das TIC e, agora que trabalho com crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais, ainda sentia uma maior necessidade de aprofundar os meus conhecimentos em relação a este tópico. A par da necessidade, sentia igualmente preocupação e muita vontade de aprender. Considerei sempre que a oferta de formação nesta área era pouco diversificada, pouco divulgada e em quantidade insuficiente. A oferta existente era também proporcionada a custos elevados.
Quando, durante uma pesquisa na Internet, vi a divulgação deste curso, consultei a informação disponível sobre o mesmo, fiquei particularmente interessada em frequentá-lo. Este MOOC apresentava-se bastante inovador, por diversos fatores: a estrutura, a organização de cada um dos módulos, a quantidade/diversidade dos recursos disponibilizados e a possibilidade deste curso ser desenvolvido totalmente on-line, num registo que não obriga a sessões presenciais.
Inicialmente senti algum receio face à frequência deste curso, chegando a ter dúvidas sobre se teria facilidade em acompanhar os módulos previstos. Efetuei a inscrição sem hesitar e admito que este curso cumpriu em pleno as minhas expectativas.
Em primeiro lugar, saliento pela positiva a possibilidade de realizarmos as tarefas propostas individualmente ou em grupos, consoante a nossa preferência. Pessoalmente, optei pela modalidade individual, por ser aquela que melhor se articula com o meu horário profissional.
Apreciei igualmente o facto de ter criado um blog para registo das tarefas produzidas no âmbito deste curso. Foi a primeira vez que criei um blog. Inicialmente senti algum receio, contudo agora sinto-me à vontade em relação à criação e manutenção de um blog, tendo descoberto potencialidades neste recurso que me convenceram a utilizá-lo noutros contextos e recorrer a ele na minha prática profissional.
No “tópico introdutório” tive a oportunidade de produzir um documento de apresentação individual que, por um lado, se situava na minha zona de conforto, pois recorri a uma apresentação Powerpoint, contudo necessitei de disponibilizá-lo na Internet. Explorei então o Slideshare, tendo publicado a minha apresentação nesta ferramenta, um pouco fora daquilo a que eu estava habituada. Estava então iniciado o caminho para toda uma descoberta de ferramentas inclusivas para acesso à tecnologia.
Quando iniciámos o primeiro módulo, explorei com muita curiosidade os recursos disponibilizados. Agradava-me bastante explorar os recursos tendo como ponto de partida um tópico orientador – “políticas inclusivas e medidas educativas para alunos com NEE”. Dos recursos apresentados, eu já conhecia grande parte, contudo a forma e a sequência com que foram apresentados fez-me olhar para eles de uma outra forma, pensando na inclusão em três níveis – nacional, europeu e internacional. Foi interessante verificar como os documentos orientadores – sobretudo os internacionais – são operacionalizados em Portugal, depois de adequados ao nosso público-alvo e às próprias características do nosso sistema educativo.
Foi com imenso gosto que, na atividade individual, explorei novos recursos, desta vez no âmbito das TIC. Fiquei particularmente interessada em explorar o Bubbl.us, produzindo esquemas e diagramas neste programa ao mesmo tempo que analisava e sistematizava as principais ideias daquele que é o grande documento orientador da Educação Especial em Portugal – o Decreto-Lei 3/2008 de 7 de janeiro. Tive então a oportunidade de explorar as potencialidades deste recurso a refletir sobre o uso deste na minha prática profissional. Como o Bubbl.us me pareceu ter um conjunto de funcionalidades que poderiam ajudar os alunos que acompanho, desde logo procurei explorar este recurso em algumas sessões de apoio de Educação Especial, adaptando o Bubbl.us à especificidade de algumas das disciplinas envolvidas. Atualmente, vários alunos que apoio recorrem ao Bubbl.us como ferramenta auxiliar na construção de esquemas e resumos para trabalhos escolares ou para a preparação de testes e/ou outros momentos de avaliação. E depois vejo que muitos deles sugerem esta ferramenta aos colegas, pois o Bubbl.us apresenta, para além das suas funcionalidades para estruturação da informação, um aspeto gráfico apelativo. Uma outra vantagem que retiro da exploração deste recurso é a possibilidade de exportar os diagramas/esquemas produzidos, podendo-se utilizar estes esquemas em muitos outros programas disponíveis no computador, imprimir ou enviar por e-mail, por exemplo.
Nas semanas 4 e 5, no módulo 2 – Acessibilidade Web e Tecnologias de Apoio -, confesso que já me sentia muito mais à-vontade para experimentar novos recursos. Neste momento, também já me sentia mais familiarizada com a estrutura e funcionamento do curso, o que facilitou a realização das atividades dos módulos seguintes.
Neste módulo, experimentei novamente um conjunto de recursos acerca das acessibilidades Web. De todos aqueles que explorei, optei por analisar mais pormenorizadamente o software livre Araword, que considero extremamente benéfico para alunos com NEE severas.
Apesar de não acompanhar neste ano nenhum aluno cujo perfil de funcionalidade implique recorrer a esta ferramenta, no passado deparei-me com casos de alunos que necessitavam realmente de uma ferramenta facilitadora da comunicação, da aprendizagem e da inclusão.
Optei pelo Araword por proporcionar, em alunos com perfis de funcionalidade com limitações mais significativas, a construção de histórias adaptadas quando é necessário um suporte aumentativo ou alternativo de comunicação. Explorei as potencialidades educativas deste recurso e constatei, de imediato, que os benefícios para os alunos são imensos, a começar pelo facto de se tratar de uma ferramenta sem custos. Sendo gratuita, esta ferramenta pode ser utilizada em diferentes contextos: casa, escola, vida social…
O Araword não requer conhecimentos muito aprofundados sobre as TIC: é fácil de utilizar e, na minha opinião pessoal, muito intuitivo. Assume-se como uma ferramenta económica, simples, acessível e apelativa, facilitadora do acesso à aprendizagem, à comunicação e à inclusão. Uma criança ou jovem que necessite de ferramentas desta natureza vai certamente sentir-se muito mais motivada face à aprendizagem, vai desejar comunicar mais com os outros e vai também poder aproveitar os seus tempos de lazer de uma forma mais atrativa.
Como eu já tinha referido no comentário que elaborei para o módulo, o Araword permite-nos ainda complementá-lo com o Araboard (um utilizar apenas um deles em exclusivo), sendo que este último se destina sobretudo à comunicação aumentativa/alternativa e à inclusão.
Se, com o Araword, a criança tem acesso ao  mundo da leitura, da escrita e da interpretação, por outro lado o Araboard permite-lhe comunicar e ser compreendida, podendo exprimir desejos, necessidades ou estados de espírito que antes o adulto só compreendia através do “adivinhar”.
No módulo 3 – Desenho universal da aprendizagem- tive a oportunidade de explorar novamente um conjunto de recursos, contudo destaco aquele que me pareceu o mais acessível e mais adequado à minha prática profissional. Depois de explorar com mais rigor a Webquest, percebi, desde logo, que apresentava numerosas vantagens que eu poderia rentabilizar as sessões de Educação Especial que desenvolvo com os alunos. Constatei, com agrado, que a Webquest é disponibilizada por diversas ferramentas, como o Zunal, a Webquest Creator ou Webquest Ceys, sendo oferecidas diferentes estruturações gráficas, mas sempre mantendo a mesma estrutura interna. Da análise que faço da metodologia Webquest, considero que esta é fácil de utilizar (mesmo quando o site não é em português) e fácil de implementar. Os alunos sentem-se particularmente envolvidos neste tipo de tarefa, pelo lado lúdico que apresenta, pela estrutura e por ser diferente daquilo a que estão habituados. Acredito que a Webquest possa ser utilizada em qualquer disciplina e em qualquer nível etário (salvaguardando obviamente a necessidade de supervisão por parte do adulto).
A Webquest apresenta ainda a vantagem de poder ser utilizada em autonomia, o que funciona como um acréscimo de motivação.
Como ponto negativo acerca das Webquest, saliento apenas o facto de cada conta criada on-line permitir apenas a construção/disponibilização de uma Webquest se optarmos pela versão de conta sem custos. Se, por um lado, a Webquest é disponibilizada gratuitamente, por outro, se queremos fazer uma utilização mais “intensiva” deste recurso, o facto de ser necessário pagar pode reduzir ou inviabilizar o uso do mesmo ou conduzir a um desinvestimento por parte de alunos e professores.
O último módulo do curso – Recursos educativos abertos e acessíveis -, foi um dos que explorei com mais entusiasmo.
Explorei os recursos disponibilizados, contudo o Powtoon despertou logo a minha atenção, pelas suas ilimitadas possibilidades de utilização e pelo seu aspeto gráfico altamente apelativo.
Tentei obter o máximo proveito da ferramenta Powtoon, através da experimentação de diferentes apresentações animadas. Procurei sempre analisar as vantagens e desvantagens do Powtoon, de modo a poder verificar se se tratava ou não de uma ferramenta que se adequasse ao trabalho que desenvolvo diariamente. Através da exploração que fiz, não detetei pontos negativos neste recurso. Por outro lado, encontrei bastantes pontos positivos, que me convenceram de imediato a implementar o Powtoon no trabalho com os alunos NEE que acompanho. Este recurso tem a particularidade de se assumir como uma alternativa ao Powerpoint, que tem sido abundantemente utilizado em apresentações escolares. O Powtoon, neste contexto, seria um verdadeiro “refresh”, por ser uma novidade, por ser dinâmico e por permitir uma multiplicidade de explorações; dá para fazer tudo, ou quase tudo J.
O Powtoon pode ser utilizado por professores em qualquer momento da aprendizagem; pode ser utilizado por alunos com o sem NEE; pode ser utilizado tanto como organizador do estudo como para divulgação de trabalhos. Enfim, há todo um mundo de potencialidades educativas em torno do Powtoon cuja descoberta aconselho sinceramente.

Não posso terminar a minha reflexão sem mencionar a organização deste curso. Desde a divulgação, à construção do guião do curso e ao desenvolvimento do mesmo, com “capítulos” criados no blog e indicação clara dos recursos a explorar e das atividades a realizar, não deteto nenhum ponto negativo.
Destaco a integração dos vídeos introdutórios em cada módulo, muito claros, concisos e motivadores.
Destaco também a quantidade, diversidade e qualidade dos recursos sugeridos para exploração.
Não posso deixar de referir a elevada disponibilidade por parte da equipa organizadora que deu feedback e esclareceu, com brevidade, as nossas dúvidas e desde cedo tentou que nos sentíssemos à-vontade para experimentar e arriscar.
Se, antes da frequência deste curso, eu demonstrava uma atitude “passiva” em relação às TIC e às ferramentas inclusivas, pois limitava-me a explorá-las com os alunos, agora sinto que tenho uma atitude diferente, mais ativa. Passei de utilizadora a construtora de ferramentas educativas com recurso às TIC.
Adotei uma postura mais ativa, mais crítica e mais analítica, contudo superei alguns receios face a estes recursos e sinto-me muito mais à-vontade para implementar recursos inclusivos nas minhas sessões de trabalho, o que já faço com frequência.
Estou atualmente muito mais motivada e mais apta na utilização e produção de recursos educativos em torno das TIC.

E neste momento crio recursos personalizados, adequados ao perfil de funcionalidade de cada aluno – características e necessidades.

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